sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Afro indígenas


O que dá riqueza a um povo?
O Brasil é filho de uma grande mistura, mistura de raças, cores, dores e força. Somos filhos principalmente de dois povos: os africanos e indígenas.
Povos que sempre viveram em liberdade, tirando da mata, Mãe Terra, Abyaiala das Américas, o essencial para se viver, povo forte, vivo; povo também que foi brutalmente caçado e levado cativo e escravo por um povo branco, que do Cáucaso aqui vieram para usurpar de nós aquilo que é menos valioso, o ouro, a prata, para isso privaram-nos de nosso maior tesouro, da liberdade, da vida. Mas, o que seria de um povo sem sua liberdade?

Tupã, Deus maior das terras das Américas, comandava seus filhos, guerreiros, que reverenciavam Abyaiala. Eram donos da terra, do fogo, do ar, donos daquele maravilhoso mundo que os rondava. Cultuavam seus antepassados, pediam ajuda aos desencarnados, eram crentes, viviam felizes com as suas raízes. Tinham terra para plantar, águas para pescar (e porque não se banhar debaixo de uma belissima cachoeira), desafiavam os ventos, com suas flechas que cruzavam os ares em busca de alimento, guerra e paz, era isso, eles queriam tranquilidade, seus Deuses lhes deram tudo que eles podiam querer. Os filhos, "OS DONOS da terra", não tinham só um paraíso em mãos, eram detentores também da cultura, de danças, religião, dialetos, explosão: de povos, filhos de um mesmo rei, de conhecimentos que ocidentais, com a maior das tecnologias, não conseguiria destruir.
Quando chega da África, trazido nos navios negreiros para trabalhar nos engenhos, o negro (africano) não traz só sofrimento, angústia, ansiedade. Ele traz riquezas, tradições, uma cultura nunca antes vista pelo homem branco, pelos europeus que residiam no Brasil.
Eles trazem o caruru, o vatapá, o acarajé, os orixás, o candomblé.
Plantam suas raízes nessa terra que para eles é desconhecida, deixam seus instrumentos para quem quiser tocar. Assim difundiu-se uma rica cultura que logo perde sua singularidade, quando mistura-se com a cultura européia e indígena, resultando no mais lindo encontro étnico-cultural que o mundo já viu.
Surgem os congados, o maculelê, o maracatu.
Todos aos sons de ritmos frenéticos que logo lembram as melodias das músicas tocadas em “terreiros de macumba”.

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